BIBLIOTECA DA ESCOLA DE MONTE GORDO

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Jan 12

        Inspirados na obra de Mário Cesariny, os alunos do CEF B, orientados pela Professora Isabel Silva, efectuaram trabalhos subordinados ao tema "A Arte do Acaso" e que se encontram em exposição na nossa Biblioteca. A cor vibrante e a beleza das composições têm causado impacto a todos os que visitam a exposição.

 

"Eu acho que se se é surrealista, não é porque se pinta uma ave, ou um porco de pernas para o ar. É-se surrealista porque se é surrealista!"

 

Mário Cesariny (1923-2006)

 

Poeta, surrealista e tudo – eis um possível retrato para Mário Cesariny, o artista português que de forma mais plena assumiu o surrealismo: não como método ou escola, mas como forma de insurreição permanente, na arte e na vida.

(Pranto por Tuparamaru,1978, CAMJAP)

 

 

         Natural de Lisboa, foi na Escola António Arroio que conheceu alguns dos seus futuros companheiros surrealistas. Já nos anos 40 têm lugar as primeiras intervenções do grupo de surrealistas portugueses, reunidos nos cafés da capital, inspiradas no absurdo e no insólito. Mas apenas em 1947 se dá um contacto mais formal com o movimento surrealista internacional, então já numa segunda fase. Cesariny conhece André Breton, o autor do manifesto surrealista, em Paris. Nesse mesmo ano forma-se o Grupo Surrealista Português, que incluia também, entre outros, Alexandre O’Neill e António Pedro. Dissidente deste primeiro grupo, Cesariny forma um outro, Os Surrealistas, a que se associam António Maria Lisboa, Pedro Oom, Carlos Calvet e Mário-Henrique Leiria. As primeiras exposições surrealistas datam de 1949 e 1950, e nelas Cesariny
expõe algumas das suas obras.

 

         Pinturas, colagens, ‘soprografias’, e cadavres-exquis fazem parte da sua obra plástica. No entanto, a pintura e a poesia foram sempre aliadas em Cesariny: muitas obras incluem palavras recortadas, conjugações de textos e imagens, e outras formas experimentais. Mesmo depois de desfeito o grupo surrealista, em 1952, Cesariny seguiu o seu percurso de artista plástico.

 

         A sua obra poética e teórica inclui Corpo Visível (1950), Manual de Prestidigitação (1956), Nobilíssima Visão (1959), As mãos na água a cabeça no mar (1972), Primavera Autónoma das estradas (1980), Burlescas, Teóricas e Sentimentais (1972), Titânia e a Cidade Queimada (1977), O Virgem Negra. Fernando Pessoa Explicado às Criancinhas Naturais & Estrangeiras (1989).

 

         Nos últimos anos, Cesariny quase desapareceu da vida pública. Deixou de escrever poesia. Os amigos e antigos companheiros da aventura surrealista foram morrendo; a Lisboa dos cafés, que era o habitat do seu quotidiano e da sua poesia (‘nunca escrevi um poema em casa’, dz o poeta também em Autografia), desapareceu. Em 2004 saíu Autografia, um documentário de Miguel Gonçalves Mendes sobre o poeta e o homem. Em 2005 aceitou o Prémio Vida Literária da APE e foi condecorado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

 

Fonte: http://cesariny.blogs.sapo.pt

 

 

publicado por bibliocentro às 13:03
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